segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Dia das Bruxas, eis minha carta de amor...

Carta de amor de uma bruxa
(Deborah Rodrigues)

Quisera eu ter todas as respostas
Mas sou apenas uma bruxa solitária
Escrevendo cartas de amor
Ao vento...
A solidão é meu paradigma
Minha vida um vazio
Se conto estrelas
Para me desfazer do tempo
Elas se vão no amanhecer
Se o sol queima minha face
Meu corpo chora
Com lágrimas de suor
Preciso de você moreno
Para nunca mais me perder de mim
Tenho tanto para te dar
Mas teu medo,
Faz a saudade aumentar...
Se foges de mim
Se meu abraço
Não alcança o peito teu
Que bruxa sou eu?
Não há feitiço que te traga
Não há poção que te convença
Que sou eu o teu amor...
Quero saber o que há
Do lado de dentro de teu coração
Se vou atrás de você
Você dobra a esquina
E some...
O amor é feito
De alma clara e cansada
Que procura abrigo
Para fazer morada...
Bruxa cansada
Sentada na beira da estrada
Esperando você
Contando estrelas
Que se vão...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Ao amor...

Agora e Sempre
(Deborah Rodrigues)

Que esse amor
Que hoje nasceu
Nos leve a caminhos
Outrora sonhados

Que seja forte
Para resistir
Aos desencontros
As diferenças

Que seja humano
Terno, profundo
Mas também
Cálido, arrebatador

Que traga emoção
Lágrimas de saudade
Poesia, magia
Desejo e paixão

Que ultrapasse
As barreiras
Que sobreviva
A distância

Que seja pleno
Único
Verdadeiro
Intenso

Que ele seja
Chama
Vento
Água
Terra

Que esse amor
Nos traga a certeza
Que o nosso agora
É para SEMPRE...

sábado, 8 de outubro de 2011

Já que fui uma bruxa rabugenta a semana toda, resolvi me redimir e escrever um poeminha alusivo ao dia das crianças. Afinal toda bruxa também já foi criança...

Menina Bruxa
(Deborah Rodrigues)


Sou menina
Com cata-vento na mão
Buscando no espaço
O vento exato
Que faça ele girar...
Pés descalços
Driblando as pedras
Ziguezagueando na rua
Tentando agarrar o vento
Que foge
Sem dó de mim!
O cata-vento
Tão sério
Não quer saber de rodar
Sento no meio fio
Logo a noite vai chegar
Estou triste
Olho meu brinquedo
Parado, inerte
E passo o dedo de leve nele
Como que querendo convencê-lo
De que cata-ventos nascem pra girar
Ele me atende
E começa a rodar
O vento nem veio
Mas meu dedo
Faz ele girar e girar...
Dou uma gargalhada
E saio na rua a cantarolar
-Vejam que lindo
Meu cata-vento que gira e gira
Mesmo sem vento!
Desde pequena sou bruxa
Até cata-ventos sem vento
Faço girar....

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Guga e sua declaração de deixar Florianópolis devido a violência...

Não se fala em outra assunto em nossa ilha, nosso manézinho mais ilustre planeja deixar nossa ilha após o nascimento da filha devido a violência. Bem, boa sorte Guga! Bem mais do que nas quadras! Sinto muito lhe informar mas sua empreitada não vai ser muito fácil. A não ser que planeje outro planeta. Até entendo, qual pai não sonha em ver seu filho crescer em um mundo sem violência, um mundo de paz e amor entre os seres humanos, com passarinhos na janelas, flores no jardins, a natureza sendo respeitada... aii! ACORDAAAAAAAAAAA GUGA! ESSE MUNDO NÃO EXISTE. Devemos sim não calarmos perante as injustiças, nos mobilizarmos pedindo uma sociedade mais justa, que não tenha tantos menores carentes em um país que não sei se você sabe Guga tem 30 bilionários. Pois é... arrume suas malinhas, mas saiba um dia sua filha inevitavelmente vai ver um ato de violência, nem que seja pela televisão, porque infelizmente, a omissão, a fuga não é a resposta e sim a AÇÃO.

domingo, 2 de outubro de 2011

A casa de paredes amarelas

Da janela de meu quarto vejo uma casa abandonada bem antiga, deve ter mais de 50 anos. Estilo colonial. Imagino quando foi construída. Os sonhos do casal que a planejaram. Os móveis. O casamento. Os filhos correndo por seus corredores. O quintal cheio de árvores. O balanço, os cães. O pai chegando do trabalho. A mãe na cozinha, o cheiro do bolo. Depois o filhos crescendo, indo embora. Os pais se tornando avós, a visita eventual dos netos. Os pais envelhecendo. Deixando esse mundo. A casa vazia. A casa envelhecendo. As telhas sendo levadas pelo vento. A história sendo perdida. O reboco caindo. O mato crescendo ao redor. Poderia abrigar outra família e viver outras histórias, mas penso que as pessoas que ali habitavam não tiveram a capacidade de ver nela um "lar" alé de uma casa de paredes amarelas... Pois jamais se abandona um lar.