Alma Nova
(Deborah Rodrigues)
Peguei minh'alma
No armário
Olhei suas manchas
Seus nós
Tão amassada
Puída pelo tempo
Quase não a reconheço
Retiro cuidadosamente
Do cabide com cheiro de mofo
E a visto em mim
Parece que não me serve mais
Faltam alguns botões
Está tão pequena
Apertada...
Tempo demais
De armário
Farei uns ajustes
Passarei a ferro quente
Remendarei com esperança
Farei dela
Alma Nova
Alma que me veste
Alma pura e translúcida
Livre do armário da dor...
Um belo texto sobre uma tarefa tão recorrente no cotidiano feminino: recomeçar.
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