terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Amor...

Vejo tua face
nas estrelas de uma constelação
Estações passam
permaneço na solidão

Sonhos bastardos
que nem sequer chegaram a brotar
Ventos uivantes
perdidos entre vales de ilusões

Saudades do pouco
do muito que desejei
Você permanece
Inteiro dentro de um infinito eu

Descompasso
Descomeço
Desmedido
Amor...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Não tente me mudar...

Você me diz que tenho que mudar
Sair desse quarto e começar a viver
Mudar meu estilo
Colorir minhas roupas
Comprar uns cds
Abrir a janela
Sair para a balada
Visitar os amigos
Aprender algo novo
Caminhar na praia
Plantar umas flores na sacada
Voltar a ir ao cinema
Às aulas de dança
Acordar cedo
Caminhada, natação...
Respondo que vou mudar
De pijama e de posição
na cama que me protege
do mundo que um dia me feriu.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Sei que escrevo pouca palavras para tantas que ovulam em minha alma.

Dia a dia espero um milagre acontecer.
Meias mentiras nunca serão meias verdades
Parada no sinal, que está sempre vermelho para mim.
Pílulas multicores, para me manter acordada.
Você é o único que me compreende e seu abraço é tudo que tenho.
Eu já corri na chuva, brinquei na areia, dei gargalhadas até chorar, tive amigos, sonhei, fiz planos.
Uma vida dividida em duas.
Gêmeas siamesas que não podem ser separadas.
Gosto da escuridão ela me protege.
Tenho medo das pessoas.
Nao tenhos sonhos, amo minha cama, passo 18 horas por dia nela.
Também gosto de janelas e portas fechadas.
Gosto de minha companhia. Das músicas de Adele e das fotos de alguém que fui um dia...

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Dia das Bruxas, eis minha carta de amor...

Carta de amor de uma bruxa
(Deborah Rodrigues)

Quisera eu ter todas as respostas
Mas sou apenas uma bruxa solitária
Escrevendo cartas de amor
Ao vento...
A solidão é meu paradigma
Minha vida um vazio
Se conto estrelas
Para me desfazer do tempo
Elas se vão no amanhecer
Se o sol queima minha face
Meu corpo chora
Com lágrimas de suor
Preciso de você moreno
Para nunca mais me perder de mim
Tenho tanto para te dar
Mas teu medo,
Faz a saudade aumentar...
Se foges de mim
Se meu abraço
Não alcança o peito teu
Que bruxa sou eu?
Não há feitiço que te traga
Não há poção que te convença
Que sou eu o teu amor...
Quero saber o que há
Do lado de dentro de teu coração
Se vou atrás de você
Você dobra a esquina
E some...
O amor é feito
De alma clara e cansada
Que procura abrigo
Para fazer morada...
Bruxa cansada
Sentada na beira da estrada
Esperando você
Contando estrelas
Que se vão...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Ao amor...

Agora e Sempre
(Deborah Rodrigues)

Que esse amor
Que hoje nasceu
Nos leve a caminhos
Outrora sonhados

Que seja forte
Para resistir
Aos desencontros
As diferenças

Que seja humano
Terno, profundo
Mas também
Cálido, arrebatador

Que traga emoção
Lágrimas de saudade
Poesia, magia
Desejo e paixão

Que ultrapasse
As barreiras
Que sobreviva
A distância

Que seja pleno
Único
Verdadeiro
Intenso

Que ele seja
Chama
Vento
Água
Terra

Que esse amor
Nos traga a certeza
Que o nosso agora
É para SEMPRE...

sábado, 8 de outubro de 2011

Já que fui uma bruxa rabugenta a semana toda, resolvi me redimir e escrever um poeminha alusivo ao dia das crianças. Afinal toda bruxa também já foi criança...

Menina Bruxa
(Deborah Rodrigues)


Sou menina
Com cata-vento na mão
Buscando no espaço
O vento exato
Que faça ele girar...
Pés descalços
Driblando as pedras
Ziguezagueando na rua
Tentando agarrar o vento
Que foge
Sem dó de mim!
O cata-vento
Tão sério
Não quer saber de rodar
Sento no meio fio
Logo a noite vai chegar
Estou triste
Olho meu brinquedo
Parado, inerte
E passo o dedo de leve nele
Como que querendo convencê-lo
De que cata-ventos nascem pra girar
Ele me atende
E começa a rodar
O vento nem veio
Mas meu dedo
Faz ele girar e girar...
Dou uma gargalhada
E saio na rua a cantarolar
-Vejam que lindo
Meu cata-vento que gira e gira
Mesmo sem vento!
Desde pequena sou bruxa
Até cata-ventos sem vento
Faço girar....

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Guga e sua declaração de deixar Florianópolis devido a violência...

Não se fala em outra assunto em nossa ilha, nosso manézinho mais ilustre planeja deixar nossa ilha após o nascimento da filha devido a violência. Bem, boa sorte Guga! Bem mais do que nas quadras! Sinto muito lhe informar mas sua empreitada não vai ser muito fácil. A não ser que planeje outro planeta. Até entendo, qual pai não sonha em ver seu filho crescer em um mundo sem violência, um mundo de paz e amor entre os seres humanos, com passarinhos na janelas, flores no jardins, a natureza sendo respeitada... aii! ACORDAAAAAAAAAAA GUGA! ESSE MUNDO NÃO EXISTE. Devemos sim não calarmos perante as injustiças, nos mobilizarmos pedindo uma sociedade mais justa, que não tenha tantos menores carentes em um país que não sei se você sabe Guga tem 30 bilionários. Pois é... arrume suas malinhas, mas saiba um dia sua filha inevitavelmente vai ver um ato de violência, nem que seja pela televisão, porque infelizmente, a omissão, a fuga não é a resposta e sim a AÇÃO.

domingo, 2 de outubro de 2011

A casa de paredes amarelas

Da janela de meu quarto vejo uma casa abandonada bem antiga, deve ter mais de 50 anos. Estilo colonial. Imagino quando foi construída. Os sonhos do casal que a planejaram. Os móveis. O casamento. Os filhos correndo por seus corredores. O quintal cheio de árvores. O balanço, os cães. O pai chegando do trabalho. A mãe na cozinha, o cheiro do bolo. Depois o filhos crescendo, indo embora. Os pais se tornando avós, a visita eventual dos netos. Os pais envelhecendo. Deixando esse mundo. A casa vazia. A casa envelhecendo. As telhas sendo levadas pelo vento. A história sendo perdida. O reboco caindo. O mato crescendo ao redor. Poderia abrigar outra família e viver outras histórias, mas penso que as pessoas que ali habitavam não tiveram a capacidade de ver nela um "lar" alé de uma casa de paredes amarelas... Pois jamais se abandona um lar.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Saudades de uma casa onde ainda não vivi...

Tenho saudades de uma casa, que ainda não morei. Uma casa com cores, com perfumes. Com sol na janela.
Uma casa em que eu tenha sonhos, que hajam sorrisos e brincadeiras. Com árvores no quintal. Um jardim com flores coloridas. Muitas boroboletas. Queria uma cadeira de balanços na varanda onde pudesse compor meus versos e ficar esperando meu amor chegar em casa. Um fogão a lenha na cozinha. Cortinas de renda nas janelas esvoaçando com o vento. Queria sorrir a cada entardecer. Deitar na grama ao anoitecer e contar as estrelas. Ouvir os pássaros afoitos ao amanhecer. Queria não precisar mais destes remédios e consultas incansáveis. Nos dias de chuva tomar um chá e sentir o cheiro do mato invadindo a casa. Nada de trânsito, barulho, stress. Apenas a calma, a paz que tanto preciso. Estou cansada. Cada dia mais. Exames que nunca acabam, tratamentos que se repetem, problemas que se agigantam, me sinto uma pluma sendo levada de acordo com a vontade do vento. Queria tanto minha casinha no campo. Longe até mesmo de minhas doenças. Não preciso ser feliz lá, quero apenas descansar, numa cadeira de balanços, numa varanda qualquer...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A depressão é uma gaiola que te aprisiona mas que eventualmente esquece a porta aberta.

Acordei mais disposta que nos outros dias, fui a feira , comprei laranjas, senti o sol, esquivei-me das pessoas conhecidas e quando cheguei em casa bateu aquela vontade de mudar tudo dentro de casa. É como se nada mais combinasse comigo. Do outro o lado a vontade de deitar e dormir o dia todo. Abri a janela, uma brisa fresca, bem, porque não tentar pelo meu quarto. Durmo depois pensei... mas que depois demorado! Tirei tudo do quarto. O cheiro de mofo invadiu o espaço. Eu estava acostumada com ele e acho que descobri a causa de minha rinite. Aspirador, desinfetante, ficou bem cheiroso. Daí vem o trabalho da arquiteta de interiores, falta cor no quarto, um quadro enorme de tulipas coloridas com copos de leite preencheu a cabeceira da cama e o quarto inteiro com luz. uma colcha com rosas vermelhas, um tapete, o computador com um mesinha de escritório no cantinho, me tirando da cama, já que só uso o notebook na cama, alguns brinquedinhos na cômoda, fotos especiais na parede e um quadro com minha agenda na parede.
Ficou perefeito!Parece casa nova. E arrumei para mim!
Acabado, chupei a laranja com muito gosto e observo com prazer o fruto de meu trabalho.
Faz tempo que não cuido de mim.
Agora penso em me comprar um presente.
Amanhã levarei minha neta ao cinema pela primeira vez, estou ansiosa e com medo. Ela já tem 5 anos. Nosso 2º programa a dois. Pois vivo em minha masmorra. Não vou desistir, vou conseguir. Vamos ver os Smursfs e tomar sorvete. A depressão é uma gaiola que te aprisiona mas que eventualmente esquece a porta aberta.

sábado, 24 de setembro de 2011

Mais um dia igual a todos os outros...

Cotidiano
(Deborah Rodrigues)


A noite chegou
O silêncio nasceu
Portas fechadas
Luz dos faróis
Esqueço meu dia
Contando estrelas
Namorados no portão
Cães que ladram
Palavras ao vento
O tempo se esvai
Entre o sonho
E o momento presente
Meretriz na esquina
Vendendo o corpo
Já sem alma
Os vizinhos
Discutindo a relação
Os filhos chorando
Cotidiano suburbano
Fecho a janela
Vou dormir
Mais uma vez
Só...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Você sabe o nome de seu vizinho?

Moro nesse condomínio há algum tempo e raramente saio de minha masmorra. São cinco blocos, 18 apartamentos por bloco. Sei o nome de minha vizinha do lado porque alugo a garagem dela, pois como excelente motorista que sou, não consigo manobrar e estacionar na minha vaga de garagem que fica no subterrâneo. Sei também o nome da síndica, porque sempre tive medo de síndicos e sei o nome de uma das meninas da limpeza porque seu nome é igual o meu aí torna-se impossível esquecer. Hoje resolvi abrir um pouco minha janela e cortinas e mostrar para minha cachorrinha Sophia o movimento da rua. Ao mesmo tempo o vizinho da sacada em frente saudou-me, apresentou-se e apresentou seu cachorro Cookie. Ele comentou quão estranho morarmos em frente um ao outro a tanto tempo e nunca nos falarmos, acenei que sim com a cabeça. Lembrei de quantos contatos virtuais eu tenho e como me comunico diariamente com eles e como é restrita minha comunicação com o mundo fora da tela do computador. Sophia também se tornou avessa ao contato com outros cães, acho que os cães assimilam a personalidade de seus donos. Penso se um dia irei me humanizar novamente. Me socializar. Acredito que não. Já se passaram quase três anos que decidi me afastar dessa sociedade e criar meu mundo paralelo, onde me sinto segura e protegida. Mas essa sou eu... E você, sabe o nome do seu vizinho?

domingo, 18 de setembro de 2011

Quando verei esse novo mundo.... essa nova era?

NOVA ERA
(Deborah Rodrigues)

Sonho com um mundo
Um mundo NOVO
Uma nova ERA
Em que santos e demônios
Convivam harmonicamente

Sonho com um mundo
De FÉ e de LUZ
Sem guerra, ódio e ganância
Um mundo IGUAL
Para todos

Sonho com um mundo
Em que se possa
Andar descalço
Pois não haverão
Minas no chão

Sonho com um mundo
Sem arame farpado
Sem fronteiras
Sem muros
Sem posses

Sonho com um mundo
Em que a mãe natureza
Não seja estuprada
Num ato covarde
Todos os dias

Sonho com um mundo
Sem doenças
Sem crianças famintas
Sem sangue no portão
Sem dor

Sonho com um mundo
Um mundo NOVO
Uma nova ERA
A ERA do AMOR
A ERA da PAZ...

 

sábado, 17 de setembro de 2011

Por que escrever versos a quem se ama se torna uma missão tão árdua?

A fuga dos versos
(Deborah Rodrigues)


Sempre que tento te escrever um verso
Eu fico muda
As palavras me fogem
Como se eu as desconhecesse
Balbucio frases esparsas
Sem sentido
Pareço criança
Tropeço nas leis gramaticais
Aurélio me olha horrorizado
Não encontro a rima
O tom
A inspiração está ali
Latejante, o poema querendo nascer
E nada...
Já não sei o que faço
Queria escrever um poema para você
Que falasse das coisas que sinto
Escrever um poema como o de Espanca
Ou versos como os de Neruda
Mas tudo me foge, me escapa
Ah... pobre de mim!
Vou te amar em silêncio
Poemar
em teu corpo
É só que me resta
Maldita fuga de versos
Que assola meu pensamento...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Acho que me tornei uma velha chata e ranzinza....

Será que acontece assim com todos? Afinal já são quase 40 anos....
Já se tornou tarefa difícil me tirar um sorriso numa piada tosca, principalmente no humor televisivo que se tornou imbecil e ás vezes até grosseiro. Gosto do humor inteligente de Jô Soares, Millor Fernandes e aquele jeito jocoso e apimentado de Jabor. Filmes então, me tornei a própria crítica de artes, para conseguir um 8 o filme tem de ser praticamente perfeito, digno de um oscar. Considerando que para mim cinema é a primeira arte, costumo exigir demais deles, por isso, sou uma grande consumista de filmes, alguns assistindo  várias vezes. Novelas, vivo sem elas, todas iguais, o vilão, a mocinha, o mocinho, a sociedade refletida na tela, progetando astros para as pessoas esquecerem um pouco a miséria que vivem todos os dias e sonharem com um final feliz, gotas de manipulação diária, como o futebol.
Aliás a televisão é assim, manipulação. Telejornais, com tragédias e sangue para que as pessoas se alimentem dessa vontade de ver pessoas em situações de desespero. Verdade, quem nunca parou para ver um acidente? Uma pessoa passando mal? É nato no ser humano essa curiosidade mórbida. Morreram quantos? Doidos para chegar em casa e contar do acidente que viram e quantos mais óbitos a história se torna mais interessante. Pois é e eu aqui resmungando, sobre o meu BRASIL da dança das cadeiras, das propinas, melhor mesmo é ir fazer minhas palavras cruzadas, que até elas me tiram o sossego quando perguntam, nome do ator que atuou naquela novela, SOCORRO!

sábado, 10 de setembro de 2011

Chuva... enchetes em Santa Catarina e Enxurrada em mim...

Chove em mim
(Deborah Rodrigues)

Chove lá fora.
Inunda as casas.
Chove dentro de mim.
Transborda minh'alma.
Volta sol.
Para a água baixar.
Volta vida.
Para a dor passar.
Limpar a casa.
Recomeçar.
Limpar as feridas.
Remendar.
Trazer a família de volta.
Comprar novos móveis.
Trazer o amor que restou para perto.
Suportar a dor dos ausentes.
Retomar a rotina.
Trabalho, escola, lazer, viver.
Retomar a rotina.
Rezar, esperar, sobreviver. 

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Irresponsabilidade no trânsito em São Paulo...

Amor, amor, amor...
(Deborah Rodrigues)

Conheceram-se há um ano, em São Paulo, no metrô, nessas quase impossíveis situações de idas e vindas diárias de milhares de pessoas do cotidiano de uma metrópole. Ela voltando da faculdade de Enfermagem e ele do Hospital onde fazia Residência. Como ela entrou correndo, esbarraram-se e seus livros esparramaram-se no chão, ele gentilmente ajudou-a recolhê-los e foi assim que Julia e Ronaldo se conheceram.
Sorrisos tímidos, aquela conversa inicial meio perdida, a troca de telefones e a expectativa do primeiro encontro. Ela tinha 21 anos e ele 23.
Todos sabem que a paixão não tem razão nem explicações, então nascia ali mais uma caso nas estatísticas de amor à primeira vista.
Seu primeiro encontro foi num botequim na Lapa, meio caminho para casa dos dois. Tocava pagode e Ronaldo pediu dois chopes sem saber que Julia não bebia, ela ficou com o copo na sua frente, ás vezes enganava e encostava o copo nos lábios “como se se pudesse fingir que um copo se esvazia” assim magicamente. Mas quando ele desviava a atenção ela jogava um pouco no chão.
Conversaram, descobriram muitas coisas em comum, como cinema e viajar, outras não, como pagode e chope, Ronaldo ficou vermelho, os dois riram muito, então trocaram o copo de Julia, finalmente, por um de refrigerante antes que alguém escorregasse no chope derramado. Partiram então e o encanto da noite foi selado pelo primeiro beijo.
Ambos seguiram para suas casas.
Julia seguiu sonhando com um príncipe.
Ronaldo com o quanto um relacionamento agora poderia atrapalhar seus planos para o futuro. Sem contar o quanto sofrera em seu último relacionamento. Jurara a si mesmo que nunca mais iria dizer eu te amo a mulher alguma... Mas Julia era tão meiga, tão especial, realmente mexera com ele.
Bem decidiu pensar durante uma semana antes de ligar novamente para ela.
Júlia acordou cedo no dia seguinte, alegre, disposta, contou a todas as amigas que conhecera o homem mais gentil de sua vida. De um em um minuto ela olhava o celular, conferia a bateria, o sinal e nada. Como tinha prova manteve no silencioso, mas ele não tocou. Falara ela algo que ele não gostou? Teria causado má impressão em algum momento? As horas passaram, o dia passou, anoiteceu e antes de adormecer ela chorou porque ele não ligou e por ter sonhado em vão.
Do outro lado Ronaldo, por vários momentos teve o ímpeto de ligar, mas lembrou de sua decisão, das metas, de sua decepção.
Com 18 anos entrou na faculdade de medicina da USP onde conheceu Ana, uma menina simples vinda do interior, pela qual se apaixonou. Namoraram e a paixão virou amor, fizeram planos de casar e após fazer a residência irem fazer mestrado e doutorado no exterior, tudo bancado pela família de Ronaldo já que a família de Ana era de baixa renda. Fizeram uma linda festa de noivado na casa da família de Ronaldo quando completaram 3 anos de namoro, ela estava linda, a morena dos olhos de esmeralda.
Aproveitando que ela se afastara para ir ao banheiro ele foi buscar o presente que havia comprado para ela, um lindo colar da cor de seus olhos. Mas ao abrir a porta do closet, depara-se com o amor de sua vida, nos braços de Marcos, seu melhor amigo, num beijo apaixonado, seu mundo ruiu, naquele momento jurou nunca mais amar novamente.
Mudou de faculdade. Afastou-se de todos. Fechado para o mundo seguiu com os planos de terminar a residência e partir para o exterior só que agora permanecer definitivamente.
Mas Júlia... Por que agora? Realmente ela tinha algo especial, lhe transmitira segurança. Não parecera ser como a interesseira Ana. Pensou nela o dia todo. E antes de adormecer foi seu último pensamento.
Júlia acordou triste, bem diferente do dia anterior, as amigas perceberam e então preferiram não comentar sobre Ronaldo.
Mesmo assim ele não saía de seu pensamento porque ele não lhe havia passado essa imagem de Don Juan. Ele passou a imagem de um homem sincero, interessante, cativante. Será que ela se enganara? Será que acontecera algum acidente, algo grave? Decidiu ligar a noite, caso ele não fizesse contato.
Na sala de cirurgia, Ronaldo terminava os procedimentos pós-cirúrgircos quando uma voz diz:
-Enfermeira Júlia, por favor!
Prontamente ele se vira e sorri, mas não, não era a sua Júlia. Minha Júlia? Quanta arrogância a minha! Minha Júlia... Foi aí que ele entendeu, que o coração sempre fala mais alto que a razão. A Júlia já estava dentro dele, já era a Júlia dele e não adiantava se enganar, fugir, se esconder. Saindo da sala de cirurgia ele ligou para Júlia, marcaram um jantar.
Ele levou rosas.
Ela levou sonhos.
Começaram a namorar então naqueles 24 de abril de 1987.
Viveram momentos lindos e difíceis também porque Ronaldo tinha muitas inseguranças.
Júlia teve que ter muita paciência com ele.
Resolveram comemorar o seu primeiro aniversário de namoro naquele mesmo botequim da Lapa, chegariam separados igualzinho a primeira vez.
Ronaldo contratou uma serenata e iria pedir Julia em casamento e pela primeira vez, sentia-se forte o suficiente para dizer que a amava, seria a primeira de muitas noites inesquecíveis que teriam.
Ele a avistou em um vestido lindo, vermelho do outro lado da via, e disse a todos com os olhos lacrimejando:
-Vejam como é linda minha Julia!
O sinal abriu para os pedestres e ela como uma princesa atravessando o tapete vermelho cruzou a viu.
De repente, o barulho, o vidro estilhaçado pelo chão, o grito de dor, o silêncio...
Um carro furou o sinal em alta velocidade e atinge sem piedade e a “Julia de Ronaldo” flutua feito anjo sem asas pelo ar.
Ronaldo corre, a abraça e pede:
-Julia não se vá!Eu te amo!
Ela abre os olhos, sorri como quem já sabia e pouco a pouco adormece nos braços de seu amor... Para não mais acordar.

domingo, 24 de julho de 2011

Com conjuntivite, mas se uma de minhas médicas acessarem meu blog eu juro estou sendo rápida e estou de óculos de sol...

Aquarela
(Deborah Rodrigues)

Na minha vida
Tudo mudou
Desde o dia
Em que meus olhos
Cruzaram os teus
Amor maior
Nunca encontrei
Promessa de felicidade
Sinto que é amor
Sinto que é paixão
Quero você
Ao meu lado
Na eternidade
Meu corpo chama o teu
Minha boca procura a tua
E quando adormeço
Em meu sonho te encontro
Teu nome tem sabor de esperança
De que a vida reencontre seu sentido
Preciso de Você
Quero Você
Fique comigo
Ao menos uma noite
Me faça mulher
Desfaça meus nós
Arranca de mim
Essa lágrima que insiste em cair
Vamos recriar meu destino
E pintar em minha alma
Com aquarela
Um arco-íris de amor...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Existem bons e maus profissionais em todos os setores da sociedade, infelizmente, quando são encontrados na SAÚDE o caos toma conta do PAÍS.

Carta a um médico
(Deborah Rodrigues)

Ei, olha para mim!
Sou essa pessoa sentada em sua frente enquanto você meticulosamente observa um papel em branco em sua frente.
A caneta circula entre em seus dedos ansiosa para dar fim aquele momento.
-Dói onde?
-Desde quando?
-Toma alguma medicação?
-Alguma doença coronária ou diabetes na família?
-Vou prescrever uma medicação, não melhorando os sintomas retorne em quinze dias.
Passaram-se 8 minutos desde o início da consulta.
Nesse momento você me pergunta meu nome, apenas para constar da receita, fico imaginando que cor seriam seus olhos.
O que te tornou assim tão austero, frio, distante.
Busco fotos de família no consultório e encontro a tradicional foto de família.
Mas há algo errado. Como alguém com uma família tão bonita, com um trabalho que por certo lhe exigiu anos de estudo e de dedicação e no qual foi vitorioso, pode ter de repente desistido de sonhar. Sim por que pelo que vejo, assim que conquistou a meta, declarou-se "realizado" e parou no tempo, iniciando nesse o momento o contador  de dias que faltam para aposentadoria.
Um paciente, é apenas mais um.
Um diagnóstico, é apenas mais um.
Um novo dia, é apenas mais um.
Mas e se o amanhã não chegar?
Qual o CID para desperdício de vida?
Bem se fosse no meu caso, você diria, depressão e me receitaria um antidepressivo.
Só que no meu diagnóstico eu diria falta de coragem e receitaria desafios.
Porque se tudo está tão confortável como está, para que mexer não é mesmo.
Para que ser feliz, se já se tem tanto!
Você me entrega sua receita, ainda com os olhos para aquele "santo" papel que para você é a expressão suprema de seu conhecimento a cerca do ser humano.
-Até mais.
Não me levanto e ele finalmente olha para mim, repetindo mentalmente com seu olhar, até mais!
São azuis, lindos olhos azuis.
-Até mais eu disse e a propósito, apesar dessa expressão tensa cansada, os seus olhos ainda conseguem se sobressair, só falta reencontrar o brilho deles...
Saí, sabendo que ele me observava assombrado, ou pela minha suposta petulância, ou por eu ter provocado nele a lembrança de quem um dia ele foi...

domingo, 17 de julho de 2011

Noite... pessoas andando em círculos buscando algo que só encontrarão dentro de si mesmas...

Noite
(Deborah Rodrigues)

É noite
Lá fora somente escuridão
Cães ladram
Um bêbado tropeça em uma lata de lixo
Carros passam num vai e vem sem motivo
É na noite que as pessoas se travestem
Fingindo ser felizes
Caçam-se uma as outras
Todos solitários
Uivando pra lua
Somos assim
Perdemos o que temos
Buscamos o que não podemos ter
Até quando?
Essa solidão
Esse vazio
Essa dúvida que fere?
Até quando?
A desilusão
O fel
O ostracismo?
noite infinda
dor intensa
Solidão...


domingo, 10 de julho de 2011

Essa semana clonarama meu cartão e levaram todo meu salário. Sabe-se lá quando o Banco vai ressarcir meu dinheiro, fiquei lembrando do tempo em que acreditava em justiça e segurança.

Heróis
(Deborah Rodrigues)

Eu tinha heróis em minha vida
Mas eram heróis de fumaça
Que o vento dissipa
Num sopro preciso

Heróis de mentira
Imaginários
Lendários
Irreais

Eu brincava com eles
Todas as noites
Heróis de papel
Heróis de brinquedo

Hoje são tênues lembranças
De meus tempos de criança
Em que eu acreditava
Em heróis de verdade...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

No palco da vida, somos todos bailarinos...

Bailar
(Deborah Rodrigues)


Baila bailarina
Baila que é curta a vida
Rodopia com alegria
Esquece o mal que passou
A dor que te tomou



Baila bailarina
O amanhã nunca chega
A tempestade sempre passa
Desamar e sofrer
É assim nosso viver



Baila bailarina
Prepara a sapatilha
Na ponta de teus pés
O mundo brilha
Baila com euforia



Baila bailarina
O sonho não acabou
Num palco de ilusões
Sorrindo ou chorando
O show sempre continua



Baila bailarina
A cortina vai abrir
Limpa o rosto
Força menina
Ainda não é tempo de partir



Baila bailarina
Teus passos te trarão alento
Baila bailarina
Flutua no ar
Logo voltarás a sonhar...


segunda-feira, 4 de julho de 2011

Até quando as autoridades vão fechar os olhos à violência que é cometida contra nossas crianças todos os dias?

Canção de ninar

(Deborah Rodrigues)



Dorme criança
Que vive na rua
Que vive sozinha
Num canto qualquer...



Dorme criança
Dos olhos sem luz
Do corpo tão frágil
Que a fome assolou



Dorme criança
Que a sociedade esqueceu
Que tão cedo aprendeu
Que o mundo é cruel



Dorme criança
Que jamais teve sonho
Cheirando cola
Pedindo esmola



Dorme criança
Sem teto
Sem voz
Sem vida



Dorme criança
Escuta essa canção
Que fiz para você
Para te envolver



Dorme criança
Quem sabe amanhã
Tudo mude
E nasça junto com o sol

       Um mundo de IGUAIS....

terça-feira, 28 de junho de 2011

Minha alma ressurge das cinzas, do pó, da dor...

Alma Nova
(Deborah Rodrigues)


Peguei minh'alma
No armário
Olhei suas manchas
Seus nós
Tão amassada
Puída pelo tempo
Quase não a reconheço
Retiro cuidadosamente
Do cabide com cheiro de mofo
E a visto em mim
Parece que não me serve mais
Faltam alguns botões
Está tão pequena
Apertada...
Tempo demais
De armário
Farei uns ajustes
Passarei a ferro quente
Remendarei com esperança
Farei dela
Alma Nova
Alma que me veste
Alma pura e translúcida
Livre do armário da dor...


domingo, 26 de junho de 2011

Existe amor impossível ou ele não passa de ilusão, uma peça que o destino nos prega arrebatando nossos corações?...



A Lua e o Mar

(Deborah Rodrigues)

Te vi
Rompendo a noite
Rasgando a nuvem
Linda
Soberana
Oh Lua tu me encantas!
Eu aqui
Preso ao chão
Só posso
Te olhar
E te amar a distância
Esmurro o rochedo
Com uma onda
Revolta-me saber
Que nunca serás minha!
Lua olha para mim
Te dou tudo
Meu corpo
Meu sal
Minha vida marinha
Tudo!
Por apenas uma noite
De amor...
Não, não vás...
Porque foges de mim?
Te espero todas as noites
Desde a criação do Universo
Ah Lua!
Eu amo você
Em qualquer fase
Cheia ou minguando
Nova ou crescendo
E se me revolto
Nas noites de tempestade
É de saudades
De agonia...
Deixa-me te espelhar
Dá-me teu luar
Assim
Doce, serena
Musa de minhas marés
Para sempre
Hei de te amar!

sábado, 25 de junho de 2011

Qualquer semelhança não é coincidência

Alice no País das Maravilhas
(Deborah Rodrigues)

Em um lugar muito, muito longe daqui... vivia uma linda menina chamada Alice.
Lá no seu país tudo era perfeito... e tinha pizza para todo mundo!
No jardim anões e sanguessugas brincavam alegremente.
Nas cuecas nasciam cédulas e nas contas correntes em bancos do "estrangeiro" brotavam dólares e euros...
Ohhhhhhh que lugar lindo!!!
Na tv tinha um programa, em que fadas, bruxas e magos, apresentavam suas fórmulas para que o País das Maravilhas ficasse cada dia mais perfeito!!!
Lá laranja dá no banco e não na árvore.
Uma das brincadeiras preferidas por lá, é a dança das cadeiras...
Alice é muito feliz, na escola seu professor tem bom salário  e merenda nunca falta!
Aprendeu um dia desses uma palavra nova CPI (Como Parlamentar é Imune) e achou engraçada a expressão...
Lá também tem futebol, eles tem uma seleção, que de tão grande coração, não vencem de ninguém!
Tudo é perfeito... não tem inflação, tem superávit, emprego para todo mundo, e a fome é zero!
Ah quem dera eu pudesse também morar por lá...
Mas infelizmente meu lugar é aqui, na pátria mãe gentil...



sexta-feira, 24 de junho de 2011

Liberdade para viver...

                                        Liberdade
                              (Deborah Rodrigues)



Um dia você acorda e descobre que passou pela vida mas não viveu.
Percebe que seus sonhos, na realidade, não eram seus.
Estranho olhar para trás e não se encontrar.
Onde você ficou?
Em que parte de seu caminho se perdeu de si próprio?
Quanto tempo faz?
Cadê seu sorriso?
Cadê sua alma?
Nascemos livres. Deus nos deu o livre arbítrio.
Escolhas são difíceis, mas não é pecado ser feliz!
O hoje é o momento mais importante.
O passado... passou... foi...
Se erramos, se acertamos, se perdemos ou ganhamos não importa.
Importa é VIVER!
VIVER com intensidade!
VIVER com prazer!
VIVER sem medos, sem correntes, sem algemas.
VIVER LIVRE!!!
O mundo não tem fronteiras, o homem as criou.
Assim como foi o homem que criou os podres conceitos que regem nossa sociedade, tosqueando nossa liberdade.
Omitir-se, calar-se, abrir mão da própria felicidade é um ato de castração.
Nascemos vencedores (espermatozóides vencedores) e com o passar do tempo perdemos a fé, a força, e esquecemos do poder que temos.
Nos acomodamos. Nos acostumamos com migalhas com sombras, julgamos que o pouco é melhor que o nada.
Ironia seres divinos agindo como animais.
Subjugar-se ao mal, a dor, ao desengano.
Pobres criaturas rastejantes, com asas, presas ao chão.
Olhamos a liberdade como cárceres atrás de uma janela com grades, julgamos que a felicidade seja xadrez, como o a que vemos.
A liberdade é branca. A grade é preta. A liberdade é infinita, ilimitada...
Homens de pouca fé, uni-vos!
É chegada  a hora da libertação.
A chave está em vossa mão... sempre esteve lá, porque somos nossos próprios algozes. Nós nos julgamos desmerecedores da felicidade e nos condenamos a pena de morte (sim porque viver com medo, é morrer estando vivo...), nos trancafiamos nesse porão imundo, escuro, sonhando com o dia em que  alguém nos liberte... utopia. Somos nossos próprios libertadores.

Você tem a chave, vai usá-la?

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Eu e Você... um poema para os apaixonados ou que ainda estão a espera...

Eu e Você

(Deborah Rodrigues)



Aperto tuas mãos

Para ocultar a dor

E o medo que tenho

De perder você



Olho nos olhos teus

Confessando meus segredos

Profanos e profundos

De tristezas e alegrias



Te abraço

Como se nesse enlaço

Pudesse prender

Tua alma a minha



Toco teus lábios

Fazendo no silêncio

Um beijo ensurdecedor

Envolvido em paixão



Caminho ao teu lado

Noite e dia

Se cansas eu te amparo

Se disparas eu apresso o passo



Não posso nem vou

Deixar que o tempo te leve

Para o mundo das lembranças

Das saudades, das despedidas



Faz de mim tua morada

Esconda-te em mim

Uma alma, dois corpos

Um coração, amor sem fim...


quarta-feira, 22 de junho de 2011

De que planeta vem o AMOR?

Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus e o Amor é de?...
(Deborah Rodrigues)

De que planeta viria o amor?
Júpiter, Saturno, Urano...
O pior é que os astrônomos desbancaram a minha teoria de que o Amor viria de Plutão... Pois é, num ato de preconceitos sem precedentes na história, um planeta foi rebaixado para planeta-anão só por causa do seu tamanho diria singelo. O pior é que não acompanhei nenhuma marcha ou manifestação na época pedindo “FICA PLUTÃO” ou “Os pequenos também tem seus direitos”, talvez se fosse hoje, em que se marcha por tudo, algum evento seria organizado, quem sabe até uma ONG de proteção aos planetas fosse criada.
Mas voltando ao nosso assunto, por que Plutão?
Porque se o Pluto é filho da Pluta, com certeza o amor é filho do Plutão.
Tem sentimento que tumultua mais a vida da gente que o amor?
Nas mulheres então é um verdadeiro Tsunami.
E todo amor é o primeiro amor, incrível!
Você olha para aquele homem e jura que já se encontraram em outras vidas. Então vem a fase das alucinações , você se vê entrando numa igreja com ele, depois os filhos, a casa e o famoso felizes para sempre.
Esqueci de mencionar que você o conheceu a 5 minutos. Vocês trocam os números de celular e daquele momento em diante você se torna a maníaca do celular. Celular no banheiro, no banho, na bike, na academia, no travesseiro, na reunião, cada toque um desespero, como uma maratonista você se joga atrás de seu celular atropelando quem estiver na frente. E se for engano? Pobre coitado que fez a ligação será xingado até sua 14ª geração.
As horas passam, ele não liga, fase 2, da checagem. O celular está funcionando? Bateria, rede, testes, chega a ligar para ele e atender, para saber que está tudo certo.
Fase 3, dúvida... ele anotou meu número certo? (Observem em nenhum momento nós mulheres analisamos que talvez o “príncipe encantado” não fosse nos ligar, ou não estivesse interessado em um segundo encontro).
Bem passadas as fases de ansiedade e stress, vem o sentimento negação. Você começa achar defeitos nele, até chegar na conclusão de que você nem estava interessada nele mesmo (auto estima de mulher é pior que TPM). –Que bom que ele se tocou!
Dois dias se passam e sem você esperar ele liga, você faz tipo – quem mesmo? Ah... tá... Sair hoje, não, tenho que olhar na agenda (observação mulheres não tem agenda...). Posso sim que horas? Quando a ligação desliga você começa a pular no meio da sala, repetindo, sabia, sabia que ele ia ligar... E tudo se repete a cada encontro, a cada novo amor.
Esperamos o todo e encontramos o meio.
Por isso que penso, o amor é um enorme “filho de Plutão”, que nos tira a razão.

terça-feira, 21 de junho de 2011

REforma

Minha primeira postagem. Criei a conta em outubro de 2010 e hoje decidi iniciar a REforma de minha colcha de retalhos. Utilizarei o espaço para tentar alinhavar todas essas letrinhas e idéias que ficam correndo soltas em meu pensamento todos os dias. Pode ser através de fotografia, poesia, crônica ou simples ponto. Ainda não sei. A agulha guiará meu tear.






REforma
(Deborah Rodrigues)

Quando falamos em REforma, logo nos vem a mente, cimento, tijolo, cal e muita bagunça. Mas em uma REforma pessoal, íntima, você já pensou?
Pois é, no corre e corre diário de nossas vidas, dificilmente paramos para pensar em nós mesmos.
Eu sou uma mulher em REforma e não foi por opção pessoal. Não acordei um belo dia de sol, vi o céu e fiz aquelas três perguntinhas básicas existenciais – quem sou eu,  de onde vim,  para onde vou.  Eu levei um tombo feio na VIDA e nesse momento parei de viver. Optei pelo silêncio, pela dor, pelo isolamento, por um processo auto-destrutivo, ao invés de lutar.  Então depois de 2  anos e 7 meses vivenciando esse processo consigo finalmente voltar a escrever.
É o início de uma REforma.  Ainda não dou bom dia ao meu vizinho, nem tampouco faço visitas a amigos ou parentes. Mas já saí duas vezes para fazer fotos e estou montando meu primeiro blog!
Minha sugestão é que todos fizessem essa REforma antes da queda, da rasteira, porque sempre chega a hora que seu corpo vai pedir atenção, que seus sonhos vão pedir espaço na agenda, então porque esperar?  Faça pelo menos uma vez na semana algo que te dê prazer. Mesmo que seja uma coisa boba, FAÇA! Quebrar a dieta também vale!Seja feliz  um hora por semana, ou meia hora, mas SEJA! Felicidade em tempo integral é tolice, ficção, desconfie dela porque você está vivendo uma realidade virtual. Todos temos problemas, dias de mau-humor, todos perdemos o guarda-chuva no dia de chuva, é normal.
Se o casco fosse bom a tartaruga nunca saía dele não é?
Meu caminho vai ser difícil, o seu também pode ser, mas não perca a coragem como eu perdi um dia.  Acredite em você, se ame e se perdoe sempre. Comece sua REforma antes da casa ruir, da roupa deixar de servir, da chama da vida se apagar dentro você.
Eu vou tentar, e VOCÊ?